terça-feira, dezembro 30, 2008

Pensametos

Faltava abandonar a velha escola. Eu ouvia essas palavras que ecoavam da caixa de som próxima ao notebook da minha mãe enquanto escrevia qualquer besteira em um desses sites que substituem cadernos listrados e canetas ou lápis. Os novos receptores de idéias adolescentes - ou nem tanto - que me chamavam atenção assim como a quantidade de informação a qual eu poderia acessar na velocidade de um raciocínio. Mas por qualquer razão incomum, não focava meus pensamentos no local onde fitava. Podia perceber claramente a voz de meus irmãos e meu avô passando pela minha cabeça mesmo que não pudesse distinguir qual o assunto tratado. Faltava alguma coisa. Talvez um raio de luz pela janela coberta pela noite ou talvez uma ligação de alguém especial o bastante para me fazer entrar em estado etéreo. Parei por um instante e tentei pensar em alguém que pudesse exercer tamanha influência sobre minhas emoções. Procurei em vão enumerar paixões, ex-namoradas, amigos atuais e de outrora, mas como sempre meu bloqueio sentimental, aquele que eu aprendera a conviver com o desenrolarar de minhas vivências, que nem eram tão interessantes, apareceu mais uma vez e tratou de apagar qualquer centelha de esperança que ainda afagasse meu pensamento. Pelo menos não tinha preocupação em relação a minha mãe chegar e me flagrar usando seu tão precioso Toshiba, ela tinha saido com o marido, era véspera de seu aniversário e como era de praxe, não voltaria antes que as crianças já estivessem adormecidas. Nem parecia que era dia 30 de dezembro e que daqui a um dia estariamos celebrando o recomeço das rotinas estabelecidas pelo nosso padrão de vida ou, em outras palavras, um lindo e próspero ano novo. Eu sentia culpa em não passar o aniversário da minha mãe com ela, mas acho que ela entendia que sendo um dia de comemorações o interesse de dar uma escapada era grande, além do que não ia deixar de passar grande parte do dia com ela. Mesmo assim não sabia que a consequência dessa decisão iria mudar o rumo do que eu conhecia como realidade, mas isso é história para outra hora...

quinta-feira, dezembro 04, 2008

no sex, no drugs, no life, no love. (Y)

cansei de escrever prolixamente
estava com desejo inerente no carnal
precisava tocar morder comer sentir
sem meias palavras ou estorias mal contadas
precisava voltar a ver o gosto e o desgosto da loucura, o desejo
antes que por esquecimento ou desprezo
eu passasse a crer no absurdo romantico do amor

hoje eu reservo o dia para a loucura

as vezes é sadio dar essa chance ao que esta subentendido
deixar a mascara que esconde a libido sair
nem que seja por um instante
mesmo que seja um instante solitario
e eu insisto em tentar escapar da realidade
da loucura de ser o que eu não tinha
e da verdade de ter o que eu não era

7-1-7