quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Pra desafogar.



Esses dias de carnaval me deixam feliz. Na teoria me sinto alegre e pré-dispoto para a diversão, para a libido, os amores proibidos. No entanto, não é isso que tem percorrido os confins do meu mundinho. Um ar de tristeza e solidão tem perfurado meu coração como uma britadeira no auge da sua profusão sonora. Sentimento recorrente que tem, insistentemente, afastado os acontecimentos bons da minha linha de pensamento. É, eu preciso aprender a ser só, ver que a despeito do que se encontra em meu pensamento, é possível coexistir com esse sentimento de vazio que preenche todo meu espaço. Sem falar no fato de que quanto mais eu procuro, menos eu acho e, talvez, essa seja a resposta para a dúvida de que o desejo de me apaixonar seja o que impessa que eu veja a paixão nas pessoas e faça eu me perder nas próprias ilusões.

O carnaval veio como deveria vir e foi como eu não gostaria de ver. Resta saber se o que se estende de outrora vai fazer frente ao agora e ao que há de vir.



Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.


Passamos pelas coisas sem as ver
Eugénio de Andrade

2 comentários:

F disse...

Uma madrugada online e uma viagem dentro de nós mesmos. Desencantei do carnaval também, amigo.

Francine disse...

'é possível coexistir com esse sentimento de vazio que preenche todo meu espaço'?
Eu não consigo viver com esse vazio.